Técnicas cirúrgicas laparoscópicas são cada vez mais utilizadas em lugar das tradicionais cirurgias abertas para tratamento do câncer renal e outras patologias urológicas. A informação é do chefe do Serviço de Urologia do Hospital Cárdio Pulmonar (HCP), Lucas Batista, ao afirmar que, diante da expertise da equipe, esses métodos já predominam nos tratamentos de tumores urológicos feitos no HCP.
Entre os procedimentos com melhores resultados na recuperação do paciente está a Nefrectomia Parcial Laparoscópica, realizada como uso de aparelho específico de ultrassonografia no centro cirúrgico. A intervenção é indicada para eliminar lesões renais localizadas em áreas onde há possibilidade de total remoção do tumor, preservando a parte do rim não acometida por doença.
“Sem prejudicar os resultados oncológicos, a técnica permite a preservação do rim e garante ao paciente menor perda de função renal, com menos distúrbios metabólicos e cardiovasculares pós-operatórios, principalmente em pessoas que já apresentam comprometimento renal (hipertensos, diabéticos, obesos)”, explica.
Lucas Batista diz ainda que a precisão na identificação da área a ser retirada, inclusive em lesões mais complexas, é possível pelo uso da ultrassonografia laparoscópica, que garante completa visualização também de tumores menores ou em áreas de difícil visibilidade. “A difícil definição do lugar exato da lesão pode induzir à retirada de uma quantidade maior de tecido para garantir completa remoção do tumor “, justifica.
Vantagens
Em relação à técnica convencional, a cirurgia minimamente invasiva oferece benefícios como menor perda sanguínea e recuperação pós-operatória mais rápida com breve retorno às atividades diárias.
São realizadas de três a seis incisões abdominais que variam entre 5 e 12 milímetros para introdução dos instrumentais cirúrgicos e retirada do tumor. O método deixa uma cicatriz mais estética e permite menor resposta inflamatória quando comparado à cirurgia convencional aberta.
Câncer renal
Conforme a Associação Europeia de Urologia, o câncer renal é o terceiro mais frequente do aparelho genitourinário, representando 2% a 3% de todos os cânceres e com maior incidência em países ocidentais. Normalmente de caráter agressivo, tem maior prevalência em pacientes entre 60 e 70 anos, com uma proporção de 1,5: 1 de homens para mulheres.
Alguns fatores de risco estão associados ao câncer renal, entre os quais, o tabagismo, obesidade, hipertensão, história familiar da doença, diálise e Doença de Von Hippel-Lindau (doença genética rara que envolve o crescimento anormal de tumores em partes do corpo particularmente irrigadas por sangue).
Diagnóstico
Menos de 8% dos pacientes apresentam dor, sangue na urina e massa abdominal palpável. No entanto, a forma mais frequente de diagnóstico do câncer de rim são os achados incidentais em exames de rotina, como a ultrassonografia do abdômen.
A tomografia computadorizada de abdômen é utilizada para diagnóstico, estadiamento (verificação da extensão para outros órgãos) e no planejamento da terapêutica mais adequada.
Tratamento
A cirurgia é o principal tratamento curativo definitivo para o câncer de rim. A nefrectomia radical, ou seja, a retirada em bloco do rim com seus revestimentos, e, às vezes, a ressecção da glândula adrenal e linfonodos regionais é a indicação tradicional para os tumores do rim. No entanto, com a evolução dos meios diagnósticos e achados cada vez mais precoces de pequenas massas renais, opta-se pela nefrectomia parcial.
Existem ainda métodos de tratamento para o câncer de rim que levam à destruição tumoral por meio do congelamento (crioterapia) ou do calor (radiofrequência) e os métodos minimamente invasivos a partir da utilização de agulhas, indicados em situações especiais.
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